não importa a razão... motivo... causa... a verdade é que a gente não tá preparado pra morte.
hoje partiu João(). um moço doce e moreno. desses que a gente vai guardar a fisionomia pra sempre. desde a partida de meu pai, Jorge, procuro entender, racionalmente, o que acontece com a gente quando perdemos alguem proximo e querido... não sei. a razão nos diz: é isso aí, a ciclo da vida. o sentimento diz: por que ele? por que eu? e agente junta tudo e vai resolvendo durante o tempo, durante a nossa vida. diluindo a ausencia. recordando em outras pessoas, coisas, lugares e até em cheiros e bichos alguma coisa da pessoa. me lembro que via no olhar da cadela alanis o olhar do meu pai: doce e triste. sentia meu pai no pé de pêssego, sabia que era uma das suas frutas preferidas, mas pasme era com o cheiro de cigarro que durante muito tempo sentia a presença dele. cigarro...uma droga. como a bebida, as balinhas...o pó. o que adiantou a partida de João() foi o futebol... a droga da catarse. a droga da vida sem sentido. a droga da juventude perdida. a droga da falta de amor que torna tudo imediato, pra ontem. o que é uma vida hoje? o que vale uma vida hoje? meu carinho `a minha amiga Ana, mãe do Joaõ, à quem pretendo passar uma vida confortando. à meu amigo Dado que também contará com meu conforto. o meu canto e minhas orações ao João...pra mim é só o que resta ...e claro, lembrar feliz de um moço doce e moreno com quem cruzei algumas vezes... no samba, em sua casa, de terno e mochila nos jardins... a caminho do trabalho.
um cheiro João.
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